segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sem Nexo

Parte 6 de 23

Capítulo 13

Eufórico o lesma começa a gritar.
      - Que legal, eu posso voar! Eu posso voar! Ah, ah, ah! Que doideira! Maior barato! Doideira total!

De tanto o Júlio César Gritar, o chão começou a tremer até abrir um buraco e deslizamos até um mundo subterrâneo onde tudo era de cabeça para baixo.

Inclusive o juízo dos habitantes daquele lugar.
      - Que legal, Sonho; as coisas caem pra cima!

Disse o lesma jogando uma pedra.

- E a chuva brota da terra em gotas coloridas.

Digo eu.

- Que barato, Sonho! Tô viajando legal, maior doideira!

Prosseguimos nossa viagem pelo mundo de cabeça pra baixo. Eu, o homem-vegetal; Júlio César, o lesma-passarinho; e Cor-de-rosa, a varejeira-caracol-elefante. Até nos depararmos com um mosquito fumando cachimbo em cima de um cogumelo vermelho.

Mosquito muito maluco que falava só coisas sem sentido.

Quando perguntei onde estávamos, ele respondeu:

- Não choveu ontem porque as vacas voaram para sempre. Além do mais as unhas crescem rua a fora, amarelas a vida inteira sem parar na esquina.

- Pelo jeito o cara não bate muito bem da cabeça, Sonho.

- Nem um pouco... Diga-me caro mosquito, como fazemos para sair deste buraco?

- As dobradiças calaram o nariz e dormiram até os ventiladores arrotarem não. Era meia noite quando as orelhas cabeçudas das pernas quadradas das velhas canseiras tardias fáceis de alcançar com a unha do dedo menor do pé esquerdo da cadeira de balanço da coruja cega.

- Já chega!!! -grito eu – Enjoado de enfrentar a trova do mosquito esquisito fumando cachimbo em cima do cogumelo vermelho no mundo de cabeça pr....

- Já chega você também, Sonho!

Diz Júlio César, o lesma filósofo e arquiteto, muito amigo meu que estava nessa louca viagem pelo mundo alucinado do nada e desconhece a ...

- Zzzz!!!¹ -zumbi a varejeira interrompendo meu relato.

- Atenção seu mosquito, me responda com sinceridade. Como voltamos à nossa forma original?


- O tijolo caiu do céu quando era dia três. Porque as vezes falta a verdade nas portas pequenas verdes do palácio oriental da China Inglesa dos nossos tempos que não se acabam por falta do sol da escuridão clara. 

      - É inútil, Sonho. Este cara não vai nos dar resposta alguma. É melhor seguirmos nossa viagem pra ver no que vai dar.
      - Tem razão, amigo lesma. Vamos seguir.

Então subi na varejeira e voamos por exatos um minuto, cinquenta segundos e dois décimos, quando avistamos outra figura naquele mundo surreal. Este era muito mais estranho porque tinha forma humana.
¹Tradução: não o que quer dizer porque não entendo o idioma das moscas
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