quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Horta do Pai do Nico

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Causo contado pelo Cavalo Tropeço no programa Historinhas Gaúchas ,  que ilustrei.


- Bueno, o Nico morava com seu pai e sua mãe em uma casinha pequena, nela havia um pátio, pequeno também, o pai de Nico achava que era suficiente para fazer ali uma horta. E fez. Uma linda horta.

Ali eles podiam colher, couve, cenoura, tomate, pimentão, temperinho, nabo, pepino....um pouquinho de tudo! E as vezes ate dava para presentear algum vizinho com uma linda couve ou alguns tomates. E ele cuidava daquela horta e conversava com Nico sobre como era bom poderem colher aqueles alimentos saborosos e saudáveis ali no pátio de casa.


Mas Nico não queria ouvir falar de horta, legumes e verduras. Ele achava que teria sido bem melhor haver deixado  aquele canto para ele jogar bola.

A mãe de Nico preparava pratos deliciosos com o que o papai colhia na horta e ate sucos coloridos ela fazia. Mas o Nico não queria ouvir falar de legumes ou verduras. Ele separava tudo no canto do prato e torcia o nariz.


O pai e a mãe cansavam de falar e explicar para ele como era importante comer as verduras e legumes que a mãe preparava. Mas nada do Nico se abalar. Guri teimoso como capim, depois de morto rebrota!

Um dia o pai de Nico sofreu um acidente no trabalho e teve que fazer repouso por vários dias.
Ele pediu a Nico que ajudasse a mãe, no lugar dele, coisa que o Nico gostou. Gostou mesmo, porque o que ele tinha de teimoso tinha de prestativo! Na segunda manhã que o pai estava em repouso o guri levantou mais cedo para não deixar a mãe fazer tudo sozinha.


A mãe muito contente pediu:
 
- Nico, enquanto eu preparo nosso desjejum podes molhar a horta como o pai faz toda manhã?
 
Hummmm... e o Nico não gostou da ideia, - logo a horta!- pensou ele- eka!
 
Mas o pai não podia, então...ele não ia deixar de ser prestativo logo agora!
Lá se foi Nico molhar a horta, descontente, mas foi.
 
Ele molhava e dava um chutinho nas folhas, molhava e dava um chutinho na tomateira e....peraí....o que é isso?! Estou ouvindo vozes?

Trancou a mangueira e foi se abaixando, abaixando, abaixando e quanto mais perto da tomateira chegava melhor ouvia:
 
- aiaiai, aiaiai...
 
-O que é isso? – falou Nico
 
-“Isso” sou eu –falou um ser minúsculo- e você acaba de me derrubar do pé de tomate!
 
-Quem tu és? e que fazes ai?! – Nico estava mais apavorado que cascudo atravessando galinheiro.
 
-Eu sou o duende dos legumes, hora! Eu cuido para que os legumes e as verduras saiam daqui com muita vitamina, cálcio, ferro, minerais....

 
-Perai! – exclamou Nico – duende dos legumes? Nunca ninguém me falou nisso!
 
-Nunca ninguém chutou as plantas da horta guri!
 
-Desculpa – falou Nico- eu nem imaginava que “alguém” ....nossa que coisa maluca!
 
-Maluco é você, piá! Onde já se viu chutar as verduras? Poderia ter aleijado um de nós!!! E olha o estado que ficam as plantinhas!
 
-Nós? Como assim nós???

 
-Guri, estou vendo que você não sabe de nada.Senta aqui que vou te contar.


E sem pestanejar Nicou sentou e ouviu o duende contar a ele que cada fruto que ali brotava, cada folhinha, eram abastecidas por eles, os duendes, das mais diversas vitaminas e ferro e cálcio etc. que havia na terra. E que eles faziam isso com muito carinho, para que as pessoas, principalmente as crianças fossem saudáveis e se tornassem adultos fortes e inteligentes e para que os adultos não enfraquecessem. 
 
E o duende contou a Nico, também, que muita, muita gente no mundo queria ter canterinhos que nem aqueles que o pai de Nico havia plantado, para por as delicias que a mãe de Nico colocava na mesa.
 
E apresentou Nico ao duende do cálcio, ao duende do ferro, à duende da vitamina C , ao duende do caroteno e.... nossa muitos, muitos mesmo vieram conhecer e conversar com Nico. 
 
Quando Nico entrou na cozinha com algumas folhas de couve, três tomates e um alface e falou:

 
-Mãe hoje vou tomar aquele suco de couve e limão que o papai tanto gosta e se a senhora puder preparar meu lanche do colégio com esse tomate e uma folhinha de alface eu vou gostar muito.  E de hoje em diante o pai não precisa se preocupar mais que eu vou regar a horta!
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